A presidente da APImprensa destacou os desafios da digitalização na conferência organizada pelo AMCC – Convergência entre Media e Tecnologia.
Cláudia Maia, em representação da Associação Portuguesa de Imprensa, participou na conferência “Convergência entre Media e Tecnologia” em Aveiro, Ílhavo, no dia 30 de janeiro. No painel “Tecnologia e Media – Que Futuro”, alertou para a necessidade urgente de investimento em tecnologia nos media portugueses.
Um setor em transformação: o desafio da digitalização
Segundo dados da Entidade Reguladora da Comunicação Social, apenas um terço dos meios de comunicação registados são exclusivamente digitais, enquanto outro terço se limita a ter uma versão online dos seus conteúdos. O restante terço permanece à parte da transformação digital.
A presidente da APImprensa sublinhou a falta de investimento em tecnologia e na adaptação dos conteúdos como um dos principais obstáculos ao desenvolvimento do setor. “Não há investimento em tecnologia e na forma de trabalhar os conteúdos”, afirmou Cláudia Maia, acrescentando que este é um desafio que se coloca a toda a imprensa nacional.
Democratização da informação
A tecnologia trouxe consigo a democratização da informação e da produção de conteúdos. No entanto, esta democratização acarreta riscos significativos. “Qualquer pessoa pode produzir informação, que muitas vezes não é escrutinada”, alertou Cláudia Maia.
A responsável da APImprensa chamou ainda a atenção para a dificuldade das novas gerações em distinguir entre informação rigorosa e informação não verificada. “As novas gerações não sabem distinguir aquilo que é rigoroso daquilo que não é verificado e o que não é verificável”, afirmou.
Perante este cenário, Cláudia Maia defendeu a necessidade de um maior investimento em literacia mediática. “Há muita informação que não é fidedigna e isso exige muito trabalho de literacia”, concluiu.